sexta-feira, abril 09, 2010

Um tapa na cara

   Há filmes que são um tapa na cara, um soco no estômago, até mesmo uma bad trip, mas tudo isso de forma positiva. Há uns dias atrás vi "Dançando no Escuro", de Lars Von Trier, e em vários momentos do filme eu tive vontade de parar de vê-lo, de desistir, de gritar, de socar alguém, mas no fim valeu a pena, pois o filme é uma experiência única na vida.
   Björk, após fazer o filme, afirmou que nunca mais quer filmar, isso prova o quanto o filme é forte e visceral. Lars é o tipo de diretor que gosta de nos maltratar, como em "Dogville" e o seu último filme "Anticristo". Ele nos conta histórias fortes, assustadoras e, infelizmente, realistas. Em "Dançando no Escuro", Selma (Björk) nos faz viajar para os EUA do terror (visão que Lars adora, ou melhor, odeia, já que ele odeia muito os EUA, e nunca viajou para lá); Selma sofre, chora e ainda é cega, assim forma-se um dos dramas mais pesados que eu já vi, senão o mais, é daqueles em que a gente se derrama em lágrimas.
   Esses filmes fortes e marcantes nos fazem repensar a vida e suas tramas, de forma arrebatadora, e há vários representantes desse cinema visceral/realista/assustador. Há aqueles desespenraçosos, como "Beleza Americana"; há os que são ultraviscerais, como "Irreversível";  há os pré-suicídio, como Magnólia e Babel; entre outros.
   Isso é a prova da validade do cinema, da sua forma de emocionar, fazer pensar, agir e reagir. E que Lars Von Trier continue nos maltratando.

PS.: no texto eu falo que assisti o filme há alguns dias, mas na verdade já faz bastante tempo, só que apenas agora eu postei este texo e preferi não modificá-lo.

   Eu encontrei dois textos ótimos sobre o tema:
     um sobre o filme "Dançando no Escuro" no blog vinte e poucos anos.
     outro sobre o cinema-flagelo no blog Cult Pop Fashion Trash.
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