terça-feira, julho 20, 2010

O Signo da Cidade

   Este filme não é nenhum lançamento, nem mesmo entra na parte de filmes "fundo do baú", mas mesmo assim resolvi comentá-lo, pois ele recebeu várias críticas negativas e tal. O filme conta a história de uma astróloga (Bruna Lombardi), que apresenta um programa de rádio e através dele se apresentam várias histórias (naquele estilo muito em voga desde os anos 90, desde filmes como Magnólia, que Bruna usa como referência, como Crash, Babel, entre outros). Bruna Lombardi e seu marido, Carlos Alberto Riccelli, produziram e trabalharam juntos durante o filme, ela como roterista, ele como diretor. O filme conta com um elenco muito bom, desde a própria Bruna, Malvino Salvador, Denise Fraga, Luis Miranda, Zé Carlos Machado, Graziela Moretto, Fernando Alves Pinto, ..., e os sempre grandiosos Juca de Oliveira e Eva Wilma.
   Uma das críticas mais ouvidas sobre o filme é sua depressão constante, o quão triste é o filme, concordo, realmente o filme é barra pesada (spoiler: num cálculo final, chega-se ao número de 2 suicídios, uma morte por doença e um espancamento). Decidido: o filme não pode ser assistido se você está triste ou um pouquinho sequer infeliz, já se você tem depressão, não chegue nem perto do filme. O filme tem seus defeitos: algumas histórias ficam em segundo plano, ou não tem uma resolução tão boa (o que é fácil de acontecer nesse tipo de filme) e há uma necessidade, desnecessária, da roterista de tentar ligar todos e todas, o que soa um pouco forçado. Tem atores perfeitos em seus papéis (vide Denise Fraga e Graziela Moretto), já outros um pouco fracos ou apagados, mas isso também não atrapalha, já que Bruna consegue segurar muito bem o filme é a sua personagem.

   O filme obviamente tem seus méritos, uma fotografia bonita, uma trilha sonora que não chama a atenção mas também não atrapalha; mas o filme tem algo muito bom: São Paulo, pois é muito bom ver a cidade nas telas, ainda mais sem ser o Morumbi ou a periferia, nós temos uma visão classe média e comum da cidade. Outro mérito do filme são os temas abordados: violência, homossexualismo, relacionamentos, família, amizade, casamento, suicídio, depressão, entre outros; com isso o filme abre um leque de novos caminhos que o cinema brasileiro começa a trilhar, e já começou, em poucos casos, mas que pode expandir-se por nossa produção.
   É certo que o filme não é fantástico, mas ele opta por caminhos difíceis em alguns momentos e isso é uma marca de coragem, assim, nos resta esperar por outros exemplares nessa linha, ou em novas linhas!

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